Aconteceu - 10/07/2008 19h58
Os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) defenderam nesta quinta-feira a regulamentação de artigo da Constituição que concede poder de polícia a militares do Exército. Jungmann, Bolsonaro, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) e Hugo Leal (PSC-RJ) estiveram no Rio de Janeiro, onde conversaram com o general Luiz Cesário, do Comando militar do Leste, sobre o possível envolvimento de 11 militares no assassinato de três jovens no Morro da Providência, no mês passado.
.Os deputados foram buscar detalhes dos fatos ocorridos, depois que militares foram acusados de entregar os jovens a uma quadrilha rival. As tropas do Exército estavam no Morro da Providência desde dezembro do ano passado para dar segurança aos trabalhadores do projeto Cimento Social, que prevê a execução de obras em residências da comunidade.
.
Segundo Jungmann, ficou evidenciado que o Exército precisa ter poder de polícia em ações como as do Morro da Providência. Ele avalia que, quando o Exército é empregado em lugares onde existem quadrilhas, é necessário que ele possa prender e revistar, não somente em casos de flagrante delito. Ele lembra que a concessão desse poder ao Exército está prevista na Constituição, mas falta regulamentá-la.
.
Para Jair Bolsonaro, que concordou com a necessidade de o Congresso regulamentar a concessão do poder de polícia ao Exército, o comandante militar do Leste falou que o grande problema que ele enfrenta em operações como essa é exatamente a falta desse poder por parte dos seus subordinados.
.
"Era comum ali alguns da comunidade afrontarem os militares do Exército sabendo que eles não tinham poder de polícia, e isso acabou se tornando uma rotina." Bolsonaro considera que isso levou o tenente do Exército a cometer o ato "insano" de entregar os três suspeitos de tráfico de drogas a uma quadrilha rival. Ele defendeu ainda que os crimes porventura cometidos por militares sejam julgados em um fórum militar.
.
Relatório
.
Raul Jungmann informou que a comitiva vai fazer um relatório sobre os acontecimentos no Morro da Providência. Segundo ele, foram levantadas informações a respeito do ocorrido, das condições de emprego da tropa e da participação do governo estadual e municipal no caso. "Recolhemos subsídios para que possamos formar um juízo, emitir um parecer e propor mudanças legislativas ou executivas que inibam a possibilidade da repetição de um fato trágico como esse", disse.A comitiva se reúne no fim de semana com autoridades da área de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
.
Reportagem - Paulo Roberto Miranda/Rádio CâmaraEdição - Maria Clarice Dias(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')Agência CâmaraTel. (61) 3216.1851/3216.1852Fax. (61) 3216.1856E-mail:agencia@camara.gov.brMR
Nenhum comentário:
Postar um comentário